Central Eléctrica da Confluência dos rios Alcôa e Baça
Esta pequena hidroeléctrica faz conjunto arquitectónico com o Palacete Araújo Guimarães (antiga Fábrica Alimentícia e hoje Biblioteca Municipal) e terá funcionado, originalmente, como moinho de farinha até finais do século XIX. É deste período a adaptação tecnológica para produção de energia eléctrica, ainda que de pouca potência, para fins domésticos. O espaço beneficiaria da acção de Júlio Biel (da Emile Biel & Herdeiros), transformando o local numa hídrica de média potência, com capacidade para o fornecimento de iluminação privada. Este dado, faz deste património um vestígio tecnológico de alto-relevo local, regional e nacional, englobando-se no quadro de referência do pioneirismo da energia eléctrica nacional. Em plena I Grande Guerra Mundial, com a expropriação do património dos alemães em Portugal, Biel perde a concessão da produção eléctrica e o palacete é adquirido em hasta pública pela sociedade composta por José Magalhães, Elias Matos Branco e Carlos Campeão. O edifício é adaptado então em unidade fabril, iniciando a comercialização de farinha da marca Cister. Na década de 30 ocorre o aumento de potência do engenho eléctrico, dotando o local de um novo conjunto de máquinas hídricas, mecânicas e eléctricas. Esta modernização terá ocorrido durante toda a década com a introdução de dois grupos hídricos com turbinas do tipo Francis (de 1930) e um grupo motor semi-diesel da Sulzer de 30CV (de 1939). É este conjunto de máquinas que se mantém no local até hoje e que constitui um importante testemunho após o encerramento da fábrica e consequente desactivação da central em 1985. Na década de 90, a autarquia adquire o imóvel da fábrica (antigo palacete) adaptando-o a Biblioteca e a intervenção na central ocorre mais tarde, em 2007, com a requalificação urbana da zona da confluência dos rios a cargo dos arquitectos Gonçalo Byrne e Falção de Campos.
Bibliografia:
Uma digressão a Alcobaça – Dedicada a António Grilo (Autor Desconhecido, s.n., 1876.
Carvalho, Maria Leonor, “A Central Eléctrica da Companhia de Fiação e Tecidos: Um Testemunho Impar da Industrialização e Urbanização da Vila e da Região”. Lisboa. ULHT. 2002.
Tavares. José Pedro Duarte, Regresso a Alcobaça. Relação cidade/rios. Espaços e Memórias – IV Jornadas CEPAE. 17 Março-6 Maio 2001. Batalha. CEPAE. 2003 [2001], pp. 159-210.
Vila Nova, Bernardo, Novo Guia de Alcobaça. Alcobaça. S.n. 1951.
Contactos:
T - 262 580 800 | 92 5651638 | F - 262 580 850, alberto.guerreiro@cm-alcobaca.pt
GPS:
N 39°33'3.60" W 8°58'45.02"
Localização:
Jardim da Confluência dos Rios Alcoa e Baça (acesso Particular), 2460 Alcobaça, Portugal
Como chegar cá?
Centro Histórico de Alcobaça – Traseira da Biblioteca Municipal